Executivo da V8.TECH explica como gerenciar os custos de operações em nuvem.
A explosão do uso de aplicações e infraestrutura em nuvem ligou um sinal de alerta nas empresas. É cada vez mais comum os administradores de cloud e gestores financeiros manifestarem suas preocupações com o aumento de custos e em como é possível gerenciar melhor os gastos com cloud.
Por esses serviços hospedados, as empresas pagam apenas pelo que consomem, sem um valor mínimo ou máximo de cobrança. Os custos, portanto, são variáveis e isso gera uma dor de cabeça para os gestores: como gerenciar os custos de operações em nuvem?
Com as vantagens e benefícios da nuvem, grande parte das empresas rodam diversos sistemas e aplicações departamentais nesse ambiente. Geralmente, TI é responsável por fornecer a infraestrutura para os departamentos e áreas de negócios. Estas, para ter uma maior produtividade e performance, solicitam aumento de capacidade de consumo, o que gera aumento de gasto.
O que está acontecendo é que os gestores de TI acabam tendo uma “surpresinha” no final de cada mês quando chegam as faturas dos provedores de cloud.
Antes da nuvem, no ambiente on-premise, era preciso controlar se havia recurso suficiente (CPU, memória e disco) para escalar o negócio. Com a nuvem, um bom planejamento e governança de custos exigem do gestor saber se o custo está subindo (ou não) na mesma velocidade do crescimento (ou diminuição) da receita e do lucro da companhia.
Dessa preocupação, que é uma das principais dos gestores de TI atualmente, surgiu a FinOps, uma prática que traz um mindset que reúne equipes de tecnologia, finanças e negócios em torno da responsabilidade financeira diante de gastos com a nuvem.
Essa metodologia, resumidamente, ajuda as empresas a fazer análises financeiras em cima do custo da gestão da nuvem, identificando quanto custa suportar uma infraestrutura de cloud e projetando redução de gastos. Segundo o Gartner, o gerenciamento dos custos financeiros com FinOps pode gerar uma diminuição de até 70% nos custos.
FinOps é uma maneira de trazer eficiência, otimizar operações e fornecer insights que ajudam os gestores a prever os gastos com cloud. Propiciando um melhor gerenciamento e otimização de custos de nuvem, a metodologia é ideal para ajudar as empresas a manterem seus custos de nuvem sob controle.
O consumo de recursos em nuvem muda sempre, de acordo com o que é utilizado pelas áreas de negócios. Previsibilidade aqui, pelo menos para grande parte das organizações, praticamente não existe. E isso é um problema para TI, afinal é do orçamento da área que saem os pagamentos do consumo em nuvem das empresas.
Se levado em conta o cenário atual de economia instável, além de questões como inflação, juros, variação de cotação de moedas (muitos provedores de nuvem cobram em dólar) e impostos, prever os gastos com cloud para os próximos meses ou anos é uma tarefa árdua.
Com uma base forte para controle de uso de recursos, essa metodologia faz a correlação de consumo com as métricas financeiras, não só no total, mas também, por área ou “dona da aplicação”.
Previsibilidade financeira e gestão aprimorada
Além de levar em consideração as variações da parte financeira e do negócio, ao adotar a prática de FinOps, o objetivo não é só reduzir custo a curto e médio prazo, mas também melhorar a governança, Incluir a cultura de FinOps é ter uma melhor gestão, administrando o custo por aplicação.
A área de TI não consegue fazer uma previsão do que vai gastar de forma granular, ou seja, prever o quanto cada aplicação vai gastar. Cada uma precisa ser um centro de custo e um centro de recursos.
Pouquíssimas empresas têm essa maturidade, mas o ideal é que se tenham vários centros de custo (pode ser por área de negócio, departamento, braço de negócio etc.) de forma que seja possível controlar todos esses recursos e em ambientes multicloud.
Além disso, é preciso ter uma maneira única para fazer o FinOps para empresas que atuam com diferentes provedores de cloud e que rodam aplicações em nuvens do próprio fornecedor, comercializadas com franquias mensal e anual. Nesses casos, também é necessária uma gestão financeira apropriada para evitar que se estoure os gastos com a franquia.
Em uma empresa com uma certa maturidade de FinOps, as surpresinhas na conta de cloud diminuem drasticamente. Cada diretoria ou área de negócio solicitante passa a ser responsabilizada por seus próprios gastos e a diretoria de infraestrutura começa a ter mais argumentos para justificar quando o orçamento de TI aumenta mais que o previsto.
Com o FinOps, as empresas são capazes de otimizar os recursos usados com serviços em nuvem, reduzindo ou eliminando limitações ou sobrecargas. Além disso, outro importante benefício é a incorporação de uma cultura interna colaborativa para aumentar a transparência dos custos e investimentos em cloud.
*Por Vinicius Hoffmann, líder de FinOps na V8.TECH.